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A necessidade de fugir

Recentemente uma amiga minha me contou um fato triste: uma moça, 8 dias depois de dar à luz, morreu... não se sabe exatamente o motivo. Os pais dessa jovem não compareceram ao velório, pois queriam ter a imagem de sua filha viva.
Estamos sempre tentando “aliviar” a realidade fugindo, fugindo da verdade, fugindo da nossa realidade, dos problemas, de tudo aquilo que nos deixa “pra baixo”, afinal, o atual contexto mundial diz que a vida é curta, então: viva de forma “feliz e intensa!” (conceito complexo e subjetivo de felicidade). Infelizmente acabamos ignorando notícias, fatos, acontecimentos indesejados, e acabamos por usar “muletas psicológicas”, hospedando nossas mentes em “portos-seguros”, onde estamos ausentes da nossa realidade e daquilo que não queremos provar ou sentir.
As pessoas fogem das dificuldades de várias formas: uns se suicidam, outros abandonam famílias, sonhos ou objetivos, e os mais “comuns” simplesmente ignoram.
Em alguns casos, encarar a realidade leva a desafiar a própria existência, a entrar num estado de desconexão, e navegar pela “confusão do auto-controle”, e, conseqüentemente, entrar em algum estado de depressão.
Eu sei que pareço pessimista ao falar e “detalhar” esse fato, mas o ser humano é dependente de uma “saída”, por mais que ele esteja simplesmente se enganando, geralmente não existe a consciência ou a aceitação de que isso é algo bem próximo de nós, e deixo bem claro que não é algo necessariamente ruim.
Existe um velho exemplo que fala que as pessoas são como um diamante em estado bruto, que, com o passar do tempo, é lapidado, para no final estar limpo, brilhoso e precioso... muito bonito isso, mas só na teoria, imaginem como deve doer ser “lapidado” através da perda de uma pessoa próxima, assim como no exemplo do início da postagem, imaginem como deve ser para esse marido, que perdeu sua esposa tão jovem, alguém que tanto amava... é difícil até pensar nessas coisas de tão longe que ficamos delas. Não que seja errado estar longe disso, mas acabamos nos “anestesiando” do sofrimento, a ponto de ficarmos insensíveis e cegos diante de nossa própria realidade.
Por estar vivendo isso, de alguma forma, eu cheguei à conclusão de que para passar por todos os problemas, angústias, frustrações, desilusões, ou tudo aquilo que venha a me desafiar em grande ou pequena proporção, basta PASSAR através de tudo, simplesmente não fugir, encarar cada dia, cada problema da forma que tem que ser encarado, diante de duras escolhas, ao invés de tentar achar algum meio mais fácil, o melhor é decidir com os dois olhos bem abertos, visando o devido fim.

Quando tudo o que parece "é"!

Olha só que "engraçado", tudo o que vc precisa ser, na verdade vc não precisa ser, basta vc aparentar (nem precisa se esforçar!)!!!
Baseio tal afirmação ao pensar um pouco nas pessoas, nem fui muito longe nos meus pensamentos, tiro várias conclusões da minha própria mente, mas já criei um "post esculacho a mim mesmo", é o anterior a esse, e agora não quero falar mal de ninguém (embora tenha várias pessoas em mente).
Porque será que para cada verdade existem umas 1000 mentiras? Para cada pessoa boa existem várias outras más, para cada carta de amor escrita há uma outra queimando*, para cada sabedoria, existem milhares de ignorâncias...Não, acredito que vc ainda não saiba aonde quero chegar, afinal, são "palavras sem sentido" ou "escritas por mim", certo? E o que são 20 anos? Eu nasci ontem...Ainda não sei o que é a vida (UFA! Ainda bem, não quero nem saber!).
Não é preciso vc ir muito longe para enxergar um mundo de aparências, onde vc aprende a reprimir seus sentimentos para não aparentar a turbulência que vc vive, onde vc é obrigado (muitas vezes por sua própria mente) a ser o mais formal possível, onde para vc alcançar um sentimento verdadeiro de determinada pessoa é necessário pisar em solo "desconhecido" e "andar no escuro" (vc ainda ganha "ferimentos" grátis!!!), aonde vc é quem vc quer ser, basta fingir, sorria, mostre como vc é feliz e seja amigável, se vista bem que vc será bem aceito, seja bonito fisicamente e vc será "elevado", seja corajoso e vc será invejado, afinal, é isso o que importa, é isso que é bonito, é isso que é valorizado.
Mas, onde está a verdade? Onde está o que realmente interessa, que é o caráter, os princípios (evidenciados em atitudes), a sinceridade? Esse "discurso" tb está bem banalizado, assim como várias outras coisas que merecem ser dignas de atenção, pois, vivemos de aparências certo? Então nos mostramos boas pessoas, aparentemente preocupadas com essas coisas citadas logo cima. Pedimos sempre críticas, quando na verdade só queremos ouvir elogios (frase de William Somerset Maugham).
O pior não é conviver com isso, o pior é IGNORAR isso, viver como um animal que não pensa, que não consegue olhar além do que seus olhos vêem, guiado por "instintos" passageiros, por um senso de direção patético e desprezível, e ainda ter a capacidade de estar à frente de alguma coisa (quer exemplos práticos? Governantes? Líderes religiosos? Pessoas comuns como eu e vc?). Tenho certeza que vc, assim como eu conhece/ouviu falar de pessoas desprezadas por esse falso moralismo, pessoas que foram vítimas de preconceito por causa de sua cor, roupa, cabelo, enfim, por sua aparência, mas, o que vale mais? Uma conversa sincera ou um diálogo frio e vazio? Um abraço amigo ou um aperto de mão indiretamente obrigatório? Palavras que fazem bem ao ego ou palavras que desafiam a vc mesmo? Ninguém quer enxergar seus próprios erros, eu sei que é difícil olhar para si mesmo e reconhecer que existe alguma coisa de errado, mas essa é uma limpeza diária necessária, princípios que valem muito mais do que bens materiais ou qualquer tipo de valor físico. Uma vez eu ouvi alguém falar que, a maior herança que um pai e uma mãe podem deixar para seus filhos são bons princípios, uma teoria transformada em prática, uma prática que pode valer/ser seguida por uma vida toda.
Infelizmente, sempre vai predominar a ignorância, a hipocrisia, a falsidade e as aparências, mas, sempre, SEMPRE, enquanto houver ar para se respirar, vai existir bons valores, amor, sinceridade, compromisso, responsabilidades e várias outras coisas que devem ser o mínimo de qualquer ser humano. É mais cômodo deixar a correnteza nos levar, mas, é mais “honroso” nadar contra ela.

Não posso deixar de citar aqui um trecho de “Só de sacanagem” de Elisa Lucinda, que é lido num show que a cantora Ana Carolina gravou com o Seu Jorge:

"Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?(...)
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.(...)
Pois bem, se mexeram comigo,com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão: “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba” e eu vou dizer: Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez (...)
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão: “É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”. Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo,
mas se a gente quiser,
vai dar para mudar o final!"

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"Ninguém deve dar atenção a um homem que esteja fazendo uma conferência ou um sermão sobre sua 'filosofia de vida', até sabermos com exatidão como ele trata a mulher, os filhos, os vizinhos, os amigos, os subordinados e os inimigos."

Sidney J. Harris

*palavras extraídas da música Hole in my soul (Aerosmith)




Pensamentos aleatórios de mim mesmo...

Eu devo ser a pessoa mais estranha do mundo, nem mesmo eu me entendo...vivo divido entre várias coisas, penso coisas estranhas, chego a conclusões que eu nao gostaria de chegar, vivo de uma forma que as pessoas acham que eu sou quem na verdade eu não sou, me sinto pressionado com essas coisas, reclamo de uma porrada de coisas , sou ingrato comigo mesmo, me sinto no "direito" de me preocupar com o que eu não me devo peocupar, sou amigável demais quando eu deveria ser mais egoísta, sou grosso quando na vardade que não quero ser grosso e ofendo facilmente as pessoas.
Entro em contradição comigo mesmo, condeno o que eu pratico, pratico o que condeno, não demonstro minhas emoções por medo, sou bem sociável, quando não quero ver nenhum ser humano na minha frente, sei falar bem uma porrada de coisas, desde que não seja minha vida pessoal ou o que eu sinto, me preocupo com o que acham de mim de forma excessiva, tento ser amigo quando só quero alguém que seja meu amigo, me sinto só cercado de pessoas, frequentemente sou mal interpretado, evito pensar em coisas que me "magoam", quando elas sempre estão na minha mente, sou preconceituoso, adoro "bater no peito" e falar contra o preonceito, entro em crises constantemente sem muitas vezes não saber porque, enfim... me preocupo de forma desnecessária com o que vc vai pensar de mim ao ler isso, embora não esteja nem aí...
É muito estranho estar na minha pele...não sei se consegui passar o que tinha em mente, acho que tinha mais uma porrada de coisa, mas a música (Joining You - Alanis Morissette) está me atraindo a pensar um pouco e sair da frente do computador...

O que seria?


Por algum motivo supostamente estranho eu estou com esse blog, saí do outro, mas enfim, aqui estou.
Não tenho objetivo nenhum com esse blog, a não ser escrever, isso já é bom pra mim, mesmo porque o mundo já está cheio de objetivos (ou não)...
Enfim, nessa primeira postagem quero me limitar apenas a uma coisa: Tomate, um sofredor.
Mas como eu não consigo colocar esse pensamento em palavras, eu me conformo em comunicar a vc que eu tenho algo em mente sobre o tomate.