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Paracetamol e mais paracetamol...


Fiquei com uma gripe cretina por mais de 1 semana, tomando muito Naldecon e dormindo estranhamente mais de 12 horas por noite (sem falar as horas que eu dormi de dia). Agora estou melhor (ou quase), só tossindo um pouco.Ainda lendo, olhando pra parede sem pensamento ou motivo, e conversando com o João, meu amigo-cachorro.
Mas estou visitando os blogs, dando uma lida na vida do povo e nos últimos acontecimentos...

E por mais que pensem, não esqueci daqui não, mas me falta idéia sobre o quê falar (de novo?!), já que eu não curto falar sobre meu dia-a-dia, até porque seria mais ou menos o seguinte:

"Bem, hoje acordei (às 11:00), comi, olhei pro tempo e fiquei na internet, depois dormi."

Legal né?(hiper)

Acho que eu nasci no tempo errado...mas como um amigo disse, o que importa é rir das nossas próprias tragédias...

Aquela família


"Como somos uma espécie condenada, prisioneira num barco, como tudo é uma farsa de mau gosto, desempenhemos, afinal de contas, nosso papel; mitiguemos as penas dos nossos companheiros de prisão. Decoremos o calabouço com flores e almofadas; sejamos o mais corretos possível." Virginia Woolf – Mrs. Dolloway

Era como se tudo fosse um sonho, ou melhor, deveria ser um sonho, algo totalmente restrito a uma noite, a um suposto estado catatônico do subconsciente, mas não era, era um pensamento, vivenciado em plena luz do dia, banhado ao som de alguma música no mínimo desafiadora à própria existência, formando uma atmosfera viciosa de nostalgia, de saudade, de apego ao que é puro, em outras palavras, uma separação de si mesmo.
Foi um pensamento, algo provocado pela Virginia Woolf com suas palavras tão irônicas e tão insensíveis, talvez um pouco de suas crises depressivas e de sua visão tão crua da vida.
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Quanto a mim, eu me limito a viver por eles, ou pra eles, eles não sabem quem eu realmente sou, mas de qualquer jeito eu sou tudo o que eles tem, eu queria deitar nos seus braços e dizer o quanto estou cansada, entregar meus pensamentos frustrados através das minhas lágrimas na sua camisa passada. Eles são a melhor coisa que eu já tive, minhas preciosidades...um pedaço de mim mesclado com tudo aquilo que eu quis ser.
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Somos felizes, somos a parte não afetada desse imenso céu azul, temos aquilo que queremos em mente, corremos atrás do que nos interessa, vivemos à parte de tudo isso.
Porque nós temos que sentir uma culpa que não é nossa? Porque nós temos que chorar sem motivo à noite? Porque tudo volta pra esse céu azul?
Somos jovens e viveremos com nossas futuras famílias, e isso vai acabar, mas somos felizes, sim.
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Eu sempre cumpri meu papel, sempre fui o provedor, sempre me mostrei capaz de qualquer coisa, eles sabem que podem confiar em mim, continuo fazendo meu papel de mostrar que sou capaz e que posso, eles sabem disso. Procuro uma estabilidade que eu ainda não encontrei, procuro descansar minha mente em Seus braços, entregar, pelo menos verbalmente, minha vida no chamado paraíso...é tudo o que me restou.

(...)


Tenho me sentido inútil. É um saco isso, sem emprego, sem estudar, sem nada o que fazer...e com 20 anos. Droga. Ultimamente tenho resumido meus dias em longas “conversas” com o João (o cachorro da foto), que não fala, só ouve, mas pelo menos ele é um bom ouvinte. Também tenho resumido meus dias em pensamentos do tipo “não tem nada o que fazer”, o que acaba sendo nada, e tenho balançado bastante a perna quando fico sentado...
Sinto falta dos meus amigos, que ou trabalham ou moram longe, sinto falta dos tempos de escola, que eu não me sentia assim, sinto falta de uns meses que se passaram, de algumas pessoas, de muitas coisas que quando estavam no presente não pareciam ser tão importantes como hoje eu vejo que foram. Mas, dizem que é sempre assim, “a gente só dá importância a determinada coisa quando a gente não tem mais ela meu filho”...mas é o que dizem.
E todo mundo sempre me fala: “Mas você é novo, tem um futuro pela frente”, e eu vou começar a falar “vá se ferrar” pra esse povo que fala isso (rs). Mentira. Mas dá vontade.
Tenho também como companhia as histórias de alguns personagens de livros que tenho lido, de autores interessantes como Sidney Sheldon, Harold Robbin e Virginia Woolf. Daqui a um tempo quando as coisas se estabilizarem profissionalmente pra mim eu vou sentir falta desse tempo, em que eu reclamo da vida e não faço nada. É maluco esse ciclo de vida...ou eu sou o maluco. Parece que o ser humano (ou eu) nunca está satisfeito com nada, eu me lembro quando eu era mais novo, e estudava, eu sempre me sentia insatisfeito com alguma coisa, como se nunca fosse o bastante o que eu era/tinha/fazia, será que daqui a 15 anos vai ser assim também? Espero que não...seja como for, tô entediado desse mundo, das pessoas e de suas ações e conseqüências...eu acredito que o ser humano tem uma natureza inclinada para ações ruins, porque é inacreditável como tem coisa errada no mundo, nesse país, na minha cidade, na minha casa, e principalmente, em mim mesmo. É impressionante a capacidade das pessoas de matarem uma às outras, de roubarem, de mentirem, de serem falsas, corruptíveis e insensatas, eu falo isso com base no que eu sou e no que vejo, devo ser bem pior do que essas pessoas, e, por mais que eu tente corrigir minhas ações, infelizmente tenho essa inclinação por coisas erradas. E quando eu digo que me canso de ser humano tem gente que acha que é piada... É guerra baseada em uma cega devoção acontecendo no outro lado do mundo, é gente falsa roubando dinheiro do país em outro lado, é gente morrendo, é gente matando, são pessoas ficando ricas e famosas, são outras ficando mais pobres e mais carentes...sinceramente...ô mundo complicado hein?! Aonde e em quê/quem eu posso acreditar? Eu sei aonde, ou em quem me refugiar, mas mesmo assim, me canso disso.
Eu sei que seria muito mais interessante se eu escrevesse sobre as eleições nessa m*** de país, e usasse palavras mais bonitas que mostrassem o quanto eu sou preocupado e consciente em relação a o que chamamos de “república federativa do brasil”, mas...desculpem a chatice, depois passa, e eu escrevo algo mais positivo.