headerphoto

Systematic Chaos

Eu nunca fui adepto de coisas diferentes, sempre gostei de Aerosmith e de outras coisas. E não sou muito eclético.

Mas a uns 4 anos conheci o Dream Theater, uma banda de metal progressivo nova iorquina com 20 anos de carreira e atualmente prestes a lançar o 11º álbum de estúdio. Eles conseguiram me fazer rever conceitos sobre música e arte.

Se você não gosta de rock ou considera como "barulho", nem perca tempo lendo isso até o fim, porque eles fazem também músicas pesadas, mas músicas de qualidade, impondo em primeiro lugar música ao invés de sucesso .Três membros da banda estudaram música em Berklee, a maior faculdade independente de música no mundo, o que mostra que existe pelo menos uma base.

Eu queria falar mais da banda, mas a direção do post não é essa, mas sim o último cd , Systematic Chaos, de 2007, o sucessor de Octavarium, de 2005.

Esse álbum se encaixa perfeitamente na palavra inovador não só pelas melodias, riffs e um conjunto de sons diferentes, mas também na exposição das letras, uma vez que em cd's anteriores sempre houve uma realidade quase depressiva e reflexiva, talvez uma característica nesse estilo. Mas o que acontece em Systematic Chaos são referências, simbolismos e exploração de temas distantes e com vários significados, como em Forsaken, que é uma história de um homem que se apaixona por uma vampiresa e esse amor o cega a ponto de não ver que enquanto ele "aproveita" o sentimento, na verdade sua vida está sendo sugada, sendo levada embora, e na verdade isso é o que o videoclipe da música mostra, pois em nenhum momento a palavra vampiro ou qualquer outro termo direto é citado, dando espaço para um significado mais pessoal.

In the presence of Enemies abre o álbum com magnificência e intensidade mostrando ao longo de uma introdução de 7 minutos a maior característica da banda: Instrumental sincronizado, com vários tempos quebrados, e não deixando nenhum instrumento sem mostrar seu máximo.
A música usa um personagem chamado "Dark Master", simbolizando um mal, um máximo de perdição aonde alguém pode chegar, uma escuridão profunda, quase (ou totalmente) próxima do que a figura do diabo em várias religiões representa, e isso pode ser visto em trechos que dizem "...Eu posso conduzir você a descer por um caminho e trazer a vida, tudo o que eu peço é que você me adore / Eu conheci seu pai, e a sua chamada sagrada, Soldado abençoado lutando, você nunca parece descansar, eu te conheço, mas você me conhece?" E isso se refere ao outro personagem chamado "Herege", alguém que está cansado, desesperado e esperando um novo sopro de vida (situação comum pra muitos), se rende ao Dark Master em vários diálogos tratando sobre uma dúvida e crise interna sobre fé na humanidade, desespero, tentação referente ao caminho mais atrativo e redenção, resultando numa música de pouco mais de 25 minutos, e a mesma, segundo a Wikipedia, foi considerada pelo guitarrista e um dos compositores da banda, John Petrucci, como sendo uma "epítome de uma criação do Dream Theater".

A segunda música, Forsaken, foi o segundo single do álbum, ganhando até um clipe, uma animação bem legal. É a música com mais apelo comercial do álbum, um refrão grudento que depois de 2 semanas ouvindo até enjoa. Esse seria o "Light Side" da banda, mesmo com um toque meio gótico que lembra bastante a banda Evanescence.

Constant Motion, o primeiro single do álbum, é o que mais chega perto dos álbuns anteriores. A música tem uma forte influência do Metallica em tempos passados, não só no riff, mas também na letra, que trata de um transtorno obssessivo-compulsivo, um modo do baterista Mike Portnoy expor sua vida e suas responsabilidades com a banda e seus projetos paralelos, que não são poucos.
É uma música boa, mas não é o ponto alto do álbum.

A música que menos me impressionou foi a 4ª, The Dark Eternal Night, a mais pesada e a que com certeza caracteriza o álbum como "diferente de todos", uma vez que a letra fala de uma espécie de monstro, "...um prisioneiro fora do caos enegrecido/...uma monstruosa visão repugnante/...o último nascido do sangue de Faraó, o último deus de toda criação" que rodeia a terra e anseia explorar os mistérios da vida.

No álbum Six degrees of inner turbulence, de 2002, o baterista da banda compôs uma música que fala dos primeiros de 12 passos para se livrar do álcool e de dependência química (embora o ocorido em sua vida pessoal foi o álcool), e desde então em cada álbum inseriu uma música falando sobre os passos seguintes.
Nesse cd entra como a 5ª faixa do álbum, a balada Repentance, que fala dos passos 8 e 9, aonde se repara os erros causados às pessoas prejudicadas pelo vício. A música é simples, lenta e direta, uma melodia melancólica apropriada para o tema, com as vozes de Steve Vai, Joe Satriani, Neal Morse e outros, pedindo desculpas para outras pessoas e a si mesmo, em gesto de arrependimento.

A faixa seguinte, Prophets of War, é a única que não consigo unir às demais do disco, tendo uma sonoridade diferente, com influência descarada da banda inglesa Muse. A letra fala sobre princípios, motivos e definições de guerras. Óbvio que tem ligação quase direta com a guerra no Iraque, mas isso fica nas entrelinhas.

The Ministry of Lost Souls é um épico lindíssimo, a faixa mais bonita do álbum, com quase 15 minutos de duração e uma das melodias mais preciosas da banda.
Com uma letra alinhada com a melodia, é pra variar mais uma letra subjetiva e aberta a algumas interpretações. Fala de uma mulher que está morrendo e um homem a salva. Em seguida (ou durante o ato) o homem morre, dá a vida por amor a ela. Tem forte ligação com o cristianismo, mas eu digo, vale a pena cada minuto da música.

O álbum todo é uma obra de arte, tendo em vista que a arte é a expressão de valores, emoções e idéias pra estimular ou influenciar as pessoas.
Óbvio que gosto é pessoal, mas o reconhecimento da arte é universal.

Finalizando, Systematic Chaos não pode ser caracterizado como o melhor álbum do Dream Theater, mas sim como um dos melhores, afinal, o único padrão seguido no decorrer de sua carreira é o compromisso com o metal progressivo, e isso é visto em cada álbum, um diferente do outro, mostrando uma banda versátil e que sabe se adequar com temas atuais. O álbum também obteve uma boa recepção da crítica e do público, chegando em #19 no "Billboard 200" no mês no seu lançamento, Junho de 2007.

Nota: 9

2 comentários:

Laizamarea disse...

nnnn dream theater sux

lormnados disse...

nnnnnnnnnn dt sux alot