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De madrugada


Eu gosto da madrugada porque além de silenciosa, é um período que te concentra mais, que vc tem mais atenção e nenhum barulho ou compromisso pra te interromper, é um tempo parado, uma espécie de terra do nada aonde você está sozinho pra ficar com os seus devaneios.

E são deles que nascem coisas interessantes, planos, inspirações e desafios. Óbvio que tudo guardado na mente, esperando só o dia, um período aonde as coisas são colocadas em prática, e aonde você sente que as coisas estão normais a partir do momento que vc acorda na hora certa para as suas obrigações diárias. Um momento que eu classificaria como uma dose inicial de realidade.

E nem sempre isso na pele soa como algo fácil. Pode soar para os outros que não estão aqui dentro pra entender o quão incerto é esse terreno que só eu e você conhecemos, e quando eu digo eu e você, eu me refiro a minha vida que eu conheço, e a você, que sabe e entende o que se passa aí. E não há cônjuge, amigo, parente ou qualquer outra pessoa que realmente veja as coisas dentro de você como elas realmente são.

Óbvio que para as pessoas mais chegadas nós somos sinceros e aparentamos o que somos, mas se tudo o que somos transparecesse tão bem, não seriam necessárias as palavras que pronunciamos pra expressarem nossos mais guardados demônios em diversas ocasiões, sejam elas disfarçadas de gentileza ou de raiva.

O que eu quero dizer é que é como se exitisem dois de mim: Um que conhecem e outro que só eu conheço. O mesmo vale pra você, que totalmente diferente de mim, mantém essa cumplicidade inconsciente que nos classifica como iguais, acho que essa é uma boa definição pra chamada natureza humana.

Às vezes você sente que sua vida não está andando...pelo menos não pra frente, a direção pra onde todos vão.

E mesmo você tendo ciência disso, você sabe que são nesses momentos de frustrações que então a sua vida está sim, andando não necessariamente pra frente ou numa direção reta, mas num curso prório que você nunca vai conseguir contolar.

A vida é uma coisa grande em todos os sentidos, e só de dirigir ela faz de você alguém digno, alguém merecedor da graça invisível e intocável de sentir as coisas como elas são e de estar vivo pra presenciar os fatos diários, queira em momentos bons ou ruins e seja você de qualquer natureza, demasiadamente errante ou não.

E o que me impulsa a prosseguir é um senso de fidelidade e integridade que existe por aí, seja isso definido por uma palavra ou até mesmo sem definição, algo superior que me convence a uma adequação interior que chega a um nível acima e me torna uma pessoa melhor. É mais ou menos o seguinte: Eu sei que eu posso ser íntegro e fiel, existe isso em essência, ou pelo menos alguma coisa me faz acreditar, então eu vou correr a isso e tentar ser fiel e trabalhar na minha integridade como pessoa, por mais que eu nunca chegue nessa plenitude.

Por mais louco que você se ache ao ler essas palavras ou por mais estranho que eu me classifique por escrever isso, eu chego à conclusão que isso me situa, que põe os meus pés no chão e independente do solo aonde eu esteja pisando, eu sei que é exatamente aqui que eu deveria estar, e sei que todos esses pensamentos que vem e vão fazem de mim o que eu sou, pro meu bem ou pro meu mal. Mas tudo aqui está indo pro seu devido curso.

=D

2 comentários:

Unknown disse...

A coisa fantástica de estar sozinho consigo mesmo e viver com os outros, ao mesmo tempo, é dosar (mesmo sem saber direito como dosar) os acontecimentos e resultados em ambos os casos.

Acho que isso é que é viver e existir. Existir só dentro de mim não dá certo - existir só pros outros também não.

Ser íntegro e fiel é respeitar a vida social. Pelo menos respeitar, não precisa concordar com ela.

Como me disseram uma vez: tira do cú que passa. É feio, mas bem pragmático :)

charles disse...

Tirei do cu e tá ardendo comfas agora